Visitando o município de Corguinho pela Rota Caminho dos Ipês encontramos uma plantação de flor comestível, de origem asiática, batizada de Fada Azul.
É isso mesmo. Uma flor encantadora, de cor rara na natureza, com múltiplas propriedades para saúde. E para começar fomos recepcionados pelo casal Rodrigo e Adines Rekziegel com chá, combuchá e um bolo feito com a flor, além dela mesma para degustação. E só aqui já deu para perceber que tem diversas aplicações na culinária, tanto que já tem um livro de receitas assinado por 30 chefs de Mato Grosso do Sul. Nas bebidas a flor também surpreende e pode migrar de azul para violeta, como num passe de mágica. A transformação acontece ao acrescentar algum elemento ácido como limão.

Adines e Rodrigo descobriram a flor há 10 anos e são os pioneiros em Mato Grosso Sul do cultivo da planta que tem nome científico de Clitórea ternatea. Adines descobriu a planta como paisagista e depois de vários experimentos percebeu muito mais valor na flor como alimento. Dedicou-se a estudá-la junto com o marido e empreender no cultivo da espécie. O nome “Fada Azul” foi dado pela filha do casal. “Um dia ela estava brincando e chamou a flor de fadinha azul, achamos que o nome se encaixou como uma luva, devido a sua magia da planta que libera seu azul raro muito facilmente nas infusões e muda de cor conforme seu Ph é alterado com algum ingrediente ácido”, conta Adines.
A experiência no paradouro da Flor da Fada Azul se completou com um momento especial em que pudemos participar da colheita. Rodrigo explicou que todos os dias é necessário coletar as flores e que nessa época do ano é o período de dormência da planta diminuindo cerca de 80% o número de botões que desabrocham. E as flores atingem seu auge entre novembro e dezembro.

Depois de colhidas levamos as flores para casa de sol onde elas ficam no processo de secagem. Por serem muito perecíveis a maior comercialização da flores é feita em sachês com as pétalas desidratadas ou em pó.
Para visitação à plantação é necessário agendamento prévio, que pode ser feito pelo contato que está no site www.flordafadaazul.com ou pelo instagram @paradouroflorfadaazul
Plantação de shimeji: outro lugar que vale o passeio
E já que estamos falando de planta comestível importada de outro continente partimos para buscar a plantação de shimeji. Exatamente! Esse cogumelo comestível tem plantio no Estado. E a forma de cultivo é bem interessante.
O lugar é bem próximo da Flor da Fada Azul e numa manhã só fizemos visitamos os dois locais. O sítio Tekoha fica há 13 quilômetros do centro da cidade de Corguinho, por um caminho de terra e muitas porteiras, chegamos ao local guiados pelo GPS e as dicas pois não há placas de sinalização. Seguimos firmes e curiosos por conhecer de perto o cultivo do shimeji, um contraponto para um lugar tão quente e seco como Mato Grosso do Sul.
A primeira curiosidade é que o shimeji é cultivado no capim que passa por todo um processo de secagem, trituração e pasteurização até estar pronto para ser semeado e levado para estufa.

E o que mais nos chamou atenção foi ver que depois da primeira etapa de frutificação que leva em torno de 15 dias, eles saem do tamanho de um botão para um ramalhete em apenas 7 horas. E por isso a colheita deve ser feita mínimo 2x por dia.
Ver a produção de shimeji foi uma experiência diferenciada no nosso roteiro de turismo, mas profundamente enriquecedora. E recomendamos, mas é necessário agendamento prévio pelo Instagram @tekohaalimentosnaturais
Veja mais no vídeo abaixo:
Essa viagem faz parte da Rota Caminho dos Ipês e tem patrocínio do Sebrae/MS.