Pantanal, o destino turístico mais badalado no momento, coloca novamente Mato Grosso do Sul em posição de destaque nos roteiros de ecoturismo.
Desde a estreia do remake da novela que leva o nome deste importante bioma brasileiro, que a região ganhou ainda mais atenção de toda mídia e tem conquistado o turismo interno. Isso porque antes, o Pantanal, era praticamente dos gringos, a ocupação por brasileiros representava a minoria, uma realidade que vem mudando desde a pandemia.
Os sul-mato-grossenses tem buscado conhecer melhor o “quintal” da sua casa e valorizar esse santuário tombado pela Unesco, como Patrimônio Natural Mundial e Reserva da Biosfera.
Para começar o Pantanal é a maior planície alagável do mundo, que ocupa aproximadamente 151 mil quilômetros quadrados, com o seu maior território entre os estados de Mato Grosso (35%) e Mato Grosso do Sul (65%), a região abrange áreas na Bolívia e Paraguai. Com uma extensão de área tão grande assim, o Pantanal é dividido em 11 microrregiões, que embora seja um único bioma, cada parte tem algumas características próprias de fauna e flora.
Para saber mais sobre cada uma, confira o texto: Nossos pantanais.
Aqui vamos falar de um passeio pelo Pantanal da Nhecôlandia que fica na região de Corumbá e é uma das maiores regiões de área pantaneira.
Nosso destino de hospedagem foi no Jungle Lodge, um hotel de fácil acesso, onde é possível chegar com qualquer veículo, pois são apenas 8 quilômetros de estrada de chão bem batido. O acesso é pela BR 262 e para quem sai de Campo Grande terá de rodar 317 quilômetros. Além disso, segundo as avaliações do TripAdvisor, ele está entre os 10% melhores hotéis de selva do mundo.
Nesse local, também conhecido como Passo do Lontra, há uma concentração de hotéis especializados em pesca, com excelente infraestrutura tanto para pescadores como para famílias, entre eles: o Lontra Hotel e o Hotel Passo do Lontra, já nos hospedamos em ambos. Mas, nossa escolha pelo Jungle Lodge foi para apresentar a uma família de baianos como é desenvolvido o ecoturismo no lugar, afinal é essa a proposta dele, descrito no próprio nome. Nossa missão foi de provocar nesses turistas uma imersão pelo estilo de vida pantaneiro passando pela gastronomia e o contato intenso com a fauna e flora da região.

Ao chegar no hotel já nos deparamos com um casal de tuiuiús que mora no local, muitas araras azuis chegam toda manhã e fim de tarde para comer os bacuris que ficam em cima de casco de barco e fazem aquela festa para qualquer turista ficar encantado. Ah, e tem outro casal bem interessante que mora por ali: de iguanas e que embora estejam acostumadas com a presença humana vivem camufladas nas árvores.
Bom, o hotel é todo construído em madeira e sobre palafitas, justamente por conta das cheias do Pantanal, os quartos rústicos e confortáveis. O lugar é bastante aconchegante, mas o principal atrativo está além de suas paredes. Sim, na natureza é claro! Construído com frente voltada para o Rio Miranda, todo pôr-do-sol, acaba sendo um convite a mais para a contemplação e o balanço construído ali emoldura as fotos. Momento de paz e puro relax.

Os visitantes que se hospedam no lugar têm um “menu” de passeios, que será agendado conforme os dias da estada de cada um. Entre eles estão: safári terrestre e fluvial pelo Rio Miranda, cujo objetivo é observar a natureza e seus animais de diferentes ângulos, tanto de dia como à noite. Tem também cavalgada feita em parceria com fazenda vizinha. E para os mais corajosos e aventureiros um acampamento selvagem no meio da mata. Há também outras atividades como canoagem, flutuação, trilha a pé na mata, mas para realizar todas as atividades é necessário passar pelo menos 3 noites no lugar.
Se não tiver tanto tempo assim, nossa dica é optar pelos safáris. Afinal, quem vai ao Pantanal quer ver bicho! Aliás, a busca maior é pelos maiores como onça-pintada, cervo, sucuri, anta, jacaré e capivara. E a sorte da maioria dos visitantes é que eles têm avistamentos com muita frequência.
Para visita no Pantanal independente da época do ano, há itens indispensáveis para se colocar na mala: repelente, sapato fechado, calça comprida, blusa UV, boné ou chapéu e filtro solar.

Gastronomia
Como experiência gastronômica pudemos saborear práticos típicos pantaneiros como macarrão tropeiro (massa de talharim feita com carne de charque), arroz carreteiro (arroz com carne de charque servido com ovo frito), caldo de piranha (piranha é um peixe típico da região com muita espinha. É cozido até desmanchar, coado e misturado aos temperos como cebola, alho, cheiro-verde, tomate e farinha de mandioca para engrossar), sopa paraguaia (um bolo salgado feito com milho, queijo, manteiga e cebola), pacu assado (outro peixe da região), moqueca de pintado (também um peixe dos rios pantaneiros), além de muitos doces de compota (mamão, abóbora, goiaba).
* Esta viagem faz parte do Projeto Caminhos 67 com patrocínio do Sebrae MS e 067 Vinhos
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