A paisagem vista do alto é cênica, mas é lá embaixo, caminhando entre as trilhas até chegar nas grutas e paredões que somos convidados a viajar no tempo. Em Alcinópolis o turista tem contato com a ancestralidade ao observar os inúmeros registros rupestres com cerca de 12 mil anos, ao mesmo tempo que pode vivenciar momentos de pura contemplação sobre os mirantes da região.

Distante 312 km de Campo Grande, a jovem cidade de cerca de 5 mil habitantes, detém tesouros milenares incrustrados em suas rochas e inúmeras cavernas. E, ainda é um dos recantos mais intocados do Brasil. Só esses fatores já fazem do lugar um destino certo para os amantes da história e também do ecoturismo.

Morro do Barro Branco (Foto: Paulo Cruz)

Considerada a capital da Arte Rupestre de Mato Grosso do Sul, Alcinópolis tem 24 sítios arqueológicos catalogados, mas nem todos estão abertos à visitação.

Os principais deles estão dentro de Unidades de Conservação Municipais: Parque Natural Municipal Templo dos Pilares, Monumento Natural Municipal Serra do Bom Jardim e Monumento Natural Municipal Serra do Bom Sucesso.

Templo dos Pilares

Esse é considerado um dos maiores sítios arqueológicos do centro sul do Brasil e por isso mesmo é o cartão-postal da cidade, sendo considerado o principal ponto a ser visitado pelos turistas. O Templo dos Pilares fica dentro da Serra de Bom Jardim, distante em torno de 40 quilômetros da cidade. O parque tem 100 hectares e é uma Unidade de Conservação repleta de vestígios dos antigos habitantes que segundo estudos recentes, datam de até 10.735 anos atrás. No local os visitantes encontram gravuras, pinturas em paredes, teto e pilares de formações rochosa única em todo o estado, que pelas formas de suas colunas lembram os antigos templos romanos.

Templo dos Pilares (Foto: Paulo Cruz)

A visita no Templo dos Pilares é indicada para o início da tarde porque na sequência tem ainda a Gruta Bonita e depois é possível fazer a trilha do Pôr-do-Sol até um mirante no alto do morro para apreciar o belo espetáculo da natureza pintando o céu de um vermelho-alaranjado típico do céu de Mato Grosso do Sul.

Gruta do Pitoco

Outro local aberto à visitação é o Monumento Natural Municipal Serra do Bom Jardim (MONA) nesta unidade de conservação que tem mais de 2000 hectares de área preservada se encontra outro importante sítio arqueológico, com passagem subterrânea, a Gruta do Pitoco e Gruta do Diamante, ambas tem formação rochosa em arenito e é possível observar bem de perto pinturas e gravuras rupestres.

Gruta do Pitoco (Foto: Scheila Canto)

Quase ao lado da Gruta do Pitoco tem a Casa de Pedra que era um perfeito abrigo aos homens caçadores-coletores que caminhavam nos campos há milhares de anos. Porém, este ponto, nem sempre é aberto à visitação, pois por ser mais fechado, é comum ter enxames de abelhas ou marimbondos.

Gruta do Barro Branco

Localizada na Fazenda Santa Maria, a 9 km do centro da cidade, a Serra do Barro Branco tem visual panorâmico, onde mirantes e sítios arqueológicos dividem espaço com plantas raras do cerrado rupestre. Uma trilha leve conduz o visitante até a Gruta do Barro Branco, e para os mais aventureiros, a trilha completa permite ter uma visão privilegiada.

A Gruta do Barro Branco é outro sítio repleto de inscrições rupestres, alguns deles são verdadeiros painéis, que datam entre 2 a 12 mil anos atrás. No local também é encontrado a famosa figura da mão, deixando marcado a passagem dos caçadores-coletores pela região.

Registro dos caçadores-coletores pela região, outro marco arqueológico importante para região (Foto: Paulo Cruz)

Mão de Deus

Ainda na Serra do Barro Branco é possível escalar uma formação rochosa curiosa em formato de uma mão e que devido a isso, a mesma foi carinhosamente apelidada de “Mão de Deus”.

Mão de Deus (Foto: Paulo Cruz)

Ponte de Pedra

Durante o percurso é possível descansar embaixo de uma formação rochosa em formato de ponte. O local é excelente para registros fotográficos e observação de araras que fazem seus ninhos nos paredões da serra.

Ponte de Pedra (Foto: Scheila Canto)
* Esta viagem faz parte do Projeto Caminhos 67 com patrocínio do Sebrae MS e 067 Vinhos 
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